Guia Completo: Como Instalar Estações de Recarga para Veículos Elétricos em Condomínios
- Luiz André Lago - Engenheiro Eletricista
- 17 de out. de 2024
- 3 min de leitura
Luiz André Lago - Engenheiro Eletricista - CREA – 36.513-5 - (48) 99991-2409
A instalação de tomadas para carros elétricos em condomínios é uma tarefa complexa que envolve uma série de desafios técnicos e regulatórios. A conformidade com as Normas da ABNT, as regulamentações da ANEEL e os requisitos da Distribuidora de Energia são cruciais para garantir a segurança e eficiência das instalações. As diferentes formas de ligação em unidades consumidoras coletivas, sejam residenciais ou comerciais, devem ser cuidadosamente planejadas para atender às necessidades de recarga sem comprometer a infraestrutura existente.
O balanceamento de carga e a gestão de demanda desempenham um papel vital na otimização do uso da rede elétrica, permitindo que múltiplos veículos sejam recarregados sem sobrecarregar o sistema.
A instalação de tomadas para carros elétricos em condomínios não é apenas uma questão de instalação de equipamentos, mas envolve uma abordagem integrada que combina conhecimento técnico, conformidade regulatória e inovação tecnológica.
Com a adoção de práticas adequadas e soluções inteligentes, é possível criar uma infraestrutura de recarga robusta e eficiente que suporte o crescimento contínuo da frota de veículos elétricos, contribuindo para um futuro mais sustentável e tecnologicamente avançado.
Como saber se meu condomínio possui condições técnicas para instalação de estações de recarga?
O primeiro passo para responder a esta questão é o levantamento da demanda real do condomínio. Isso é possível através da instalação de equipamentos específicos, que irão registrar todas as ocorrências no circuito elétrico geral do condomínio, tais como Tensão, Corrente e Potência, por um período mínimo de 7 dias. A análise dos dados obtidos pelo equipamento fornecerá as informações necessárias para a tomada de decisão sobre a possibilidade de instalação e a quantidade de estações a serem instaladas.
No gráfico a seguir, é apresentada uma situação típica de um condomínio, onde a linha azul representa a variação da carga do condomínio ao longo de um período de 24 horas, e a linha laranja indica a disponibilidade de energia, com base nas características da instalação, disjuntor geral e condutor do circuito.
Observa-se que, no horário compreendido entre às 23h e 6h, o consumo é mínimo. Neste período, o condomínio dispõe de energia que pode ser utilizada para as estações de recarga.
Gráfico 1 – Curva de carga do condomínio
Na situação representada no gráfico, o condomínio possui um disjuntor geral de 90 A, que, conforme norma da Celesc, pode suportar uma demanda máxima de 58 kVA.
A análise da situação representada no gráfico é que a instalação de estações de recarga é possível, desde que sejam adotadas medidas que garantam que a demanda máxima, no caso 58 kVAs, não será ultrapassada, para isso deverá ser utilizado um gerenciador de demanda.
O que é um Gerenciador de Demanda:
Trata-se de sistema eletrônico, que interligará as estações de recarga individuais monitorando a carga consumida em cada uma de forma que a demanda máxima não ultrapasse os limites estabelecidos pelo circuito do condomínio.
A interligação se dá através da rede de dados Wi Fi ou cabeada e permite que o gerenciador de demanda se comunique com as estações individuais, liberando ou restringindo a carga em cada estação, sempre mantendo dentro dos limites pré estabelecidos.
Também é função do sistema de gerenciamento, garantir uma carga mínima para cada estação e monitorar consumo para futura cobrança da energia consumida.
É importante ressaltar que para atender aos requisitos técnicos da Celesc, sem necessidade de alterar as instalações existentes o uso de sistemas que trabalhem com gerenciamento de demanda é a única possibilidade.
O infográfico a seguir ilustra um passo a passo para a implementação de tomadas para carros elétricos em condomínios, destacando pontos como o interesse dos moradores, a necessidade de avaliação técnica da infraestrutura elétrica e a convenção do condomínio, entre outros.
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